Ler… parar a leitura e contemplar o movimento
das pessoas, ouvir as vozes, imaginar pensamentos interpretar silencios
idealizar futuros criar ideias estupidas e rir-se delas. Cumprimentar
desconhecidos sorrir a cada transeunte ouvir musica desconhecida prestar
atencao a conversas que não se entende pensar no passado presente e futuro
criando mais duvidas que certezas, imaginando regras para as quebrar. Nao ter
horas relogio ou compromissos. Refletindo sobre o mundo sobre a humanidade e ao
mesmo tempo estar aqui quieto e sem acao. Imaginar a justica e a igualdade mas
ficar-se pelo ni hao ao próximo companheiro de mesa. Meditar em tudo sem ter de
pensar em nada... como vou ter saudades disto!!! Hoje começou a despedida!
Ultimo dia de aventura... tinha decidido
descansar de manha e a tarde ir ao maior templo de chengdu... mas nao!! sendo o
ultimo verdadeiro dia desta aventura decidi homenageá-la fazendo aquilo q ela
me proporcionou: explorar, ver, sentir, conhecer... no fundo viver e perceber
como se vive. E fiz da forma como aprendi a fazer, deixando-me ir pela corrente
que a massa humana das cidades cria sem qualquer desejo conjunto mas fruto de
cada desejo particular, qual mao invisível, um vento invisível e forte que
encaminha os corpos, e neste caso também o meu. Entrei no primeiro autocarro que
parou, sai na paragem com mais gente e caminhei…. Fui sentir uma ultima vez as
pessoas normais e vulgares que fazem do mundo um lugar excepcional. percorri
ruas e vielas, respondi a cada palavra com um sorriso, vi jogos de cartas,
lojas de tudo, preços próximos do nada, vi predios por detrás de arranha ceus,
lojas sem teto, policias em cada esquina. Fugi de carros motas e bicicletas,
cruzei-me com pessoas, esbarrei-me noutras. Nao tirei a camara da mochila e
guardei as imagens do quotidiano na minha memoria. Perdi-me nos bairros sujos e
encontrei novas avenidas. Olhei cada pessoa e cada lugar duas vezes, uma
contemplando, a outra despedindo-me, levando desta forma comigo a lembranca de
cada lugar e cada cidade dos ultimos 6 meses. Lugares majestosos mas tambem
lugares simples. Todos! Sem que uns sejam mais importantes que outros. Sem
os primeiros não veriamos a beleza dos segundos e sem os segundos nao
existiriam os primeiros. foi assim a tarde. E pq amanha e sempre longe
demais... ha que viver o hoje!
No final, encontrado o rumo e as grandes
avenidas, eis chegado ao centro… e como que tirando a fantasia ao conto, a áurea
do fantastico à realidade e saindo do tradicional rumo ao moderno... tiro a
camera da mochila... sento-me num starbucks... e descrevo esta ultima
aventura...
amanha já será o ultimo dia numa transicao do
ontem para o amanha. Fico assim, admirando o hoje e esperando pelo amanha!
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